Cerca de 40% dos restaurantes e bares vão falir, diz associação
- jornal 100 limite
- 12 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Abrasel afirma que Cuiabá já contabiliza 10 mil demissões no setor e pede que Prefeitura libere reabertura

A Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) estima que 40% dos bares e restaurantes de Cuiabá não conseguirão reabrir as portas após a pandemia do novo coronavírus, a Covid-19. Além disso, ainda segundo a associação, a Capital já contabiliza cerca de 10 mil demissões no setor.
Conforme a presidente da entidade, Lorenna Bezerra, os grupos mais afetados são bares, casas noturnas e microempresários.
As boates e bares, segundo Lorenna, serão os últimos a reabrirem as portas. Já os microempresários possuem faturamento pouco significativo e sobrevivem do que produzem.
“Para os bares e casas noturnas a retomada será mais lenta, então eles vão sentir bastante o impacto. Tem muita demissão e muitos não vão conseguir voltar. Outra fatia que também vai ser muito prejudicada é o micro e pequeno empreendedor. 80% do segmento são de pequenos empreendedores, que faturam na faixa de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Esse grupo de empresários que faturam menos, só faturam o que produzem”, disse ela ao MidiaNews.
Bezerra ainda ressaltou que outros setores também dependem dos bares e restaurantes, como o pequeno agricultor e os músicos.
Tem muita demissão e muitos não vão conseguir voltar. Outra fatia que também vai ser muito prejudicada é o micro e pequeno empreendedor
“Nós temos, na cadeia de restaurante, pessoas que dependem da gente. Tem fornecedor; pequeno agricultor; músico. A gente está falando de uma série de pessoas desempregadas. É muito preocupante. A gente não está preocupada somente com a economia”, afirmou.
De acordo com a presidente da Abrasel, as pessoas que foram demitidas durante a pandemia estão recebendo o seguro desemprego, mas isso não irá durar por muito tempo e fará com que o poder de compra diminua, dificultando ainda mais a recuperação da economia.
“Não vai recuperar. As pessoas não terão poder de compra, a violência vai aumentar... É muito sério o que a gente está vivendo. Em Campo Grande, Curitiba, tudo já voltou e aqui ainda está segurando”, disse.
Reabertura com restrições
Lorenna disse, ainda, que a única solução para salvar as empresas e os empregos é reabrir os restaurantes, adotando medidas de biossegurança.
Segundo ela, os restaurantes já tomavam cuidados com a manipulação dos alimentos e limpeza, seguindo as exigências da Vigilância Sanitária.
“O restaurante já é acostumado com o controle na manipulação de alimentos. Esse vírus se transmite entre pessoas e não do alimento para a pessoa. O que o restaurante tem que fazer é tomar cuidado com clientes, funcionários e fornecedores”, afirmou.
“O talher não pode mais ficar exposto em cima da mesa, tem que ficar embalado, montar a mesa só a partir do momento em que o cliente chegar, um buffet por quilo fica um funcionário higienizando as mãos dos clientes com álcool 70%, guardanapo embalado, espaçamento entre as mesas também”, enumerou.
Incoerência
Por fim, a presidente da Abrasel questionou a reabertura, na semana passada, do Restaurante Popular pela Prefeitura de Cuiabá.
Segundo Lorenna, não há diferença entre o funcionamento da unidade para os outros estabelecimentos, se todos seguirem rigorosamente os cuidados sanitários.
“Reabrir o Restaurante Popular vai contra tudo o que a Prefeitura está dizendo que não pode. Se o Restaurante Popular da Prefeitura pode, por que os restaurantes populares e o restaurante normal não podem? Qual é a diferença?", questionou.
"Simplesmente, eles abriram tomando as restrições com todo o cuidado que tem que ter, que foi colocado na cartilha elaborada pela Abrasel com o Sebrae”, completou.
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