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Efeitos do LSD duram por 12 horas por 'encaixe' em receptores cerebrais


Os cientistas explicam que esse mecanismo justifica a ocorrência das alucinações duradouras, mesmo com doses pequenas

A dietilamida do ácido lisérgico, chamada popularmente de LSD ou apenas ácido, é conhecida pelo potente e duradouro efeito alucinógeno. Pesquisadores nunca entenderam por que os delírios provocados pela substância duram 12 horas ou mais. Em testes, cientistas dos Estados Unidos detectaram que a reposta pode estar na forma como a droga se “encaixa” em receptores cerebrais. “Quando era mais jovem e a banda The Grateful Dead realizava suas turnês, eu ia ocasionalmente aos shows. Muitas pessoas tomavam LSD e drogas semelhantes durante os concertos. Era muito interessante quando estávamos no estacionamento ouvindo-as se perguntando quando experiência de LSD ia terminar. Muitos que tomam essa droga não estão cientes de quanto tempo dura”, conta, em comunicado, Bryan Roth, professor de farmacologia na Universidade da Carolina do Norte e um dos autores do estudo. A curiosidade virou trabalho, com resultados divulgados na última edição da revista científica Cell.

No experimento, Roth e colegas observaram imagens de cristalografia (nível atômico) de uma molécula de LSD ligada a um receptor de serotonina, neurotransmissor humano responsável pelo estado de vigília do cérebro. Na análise, descobriram que a molécula de LSD se encaixa em um ângulo totalmente inesperado: parte do receptor do neurotransmissor se dobra em cima do alucinógeno como uma tampa, selando a droga dentro de si.

Pequena dose

“Uma vez que o LSD entra no receptor, uma tampa vem sobre ele, que basicamente fica preso no receptor, e não pode sair. O LSD leva muito tempo para entrar no receptor, e, então, uma vez que ele fica ligado, não sai”, detalha Roth. Os cientistas explicam que esse mecanismo justifica a ocorrência das alucinações duradouras, mesmo com doses pequenas — a média é de 100 ou mais microgramas de droga em cada porção —, e o fato de a substância sair da corrente sanguínea em poucas horas. Quando a equipe expôs células com receptores mutantes ao LSD, a droga se ligou mais rapidamente a eles e saiu em menos tempo. “Acho que é importante para a indústria farmacêutica entender que, mesmo se você modificar apenas um pequeno aspecto de qualquer composto, você pode afetar a forma como todo ele fica no receptor, o que afeta o desempenho dele”, diz Daniel Wacker, primeiro autor do estudo. A equipe também ressalta que os resultados poderão ajudar em pesquisas de outros ramos, pois o uso do LSD tem sido testado para o tratamento de depressão e outras complicações médicas.

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