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Quem vê carinha jovem não vê história


O sonho de todo adolescente da minha época que gostava de uma festa era parecer mais velho para conseguir entrar nas boates e festinhas para maiores de 18 anos. Não sejamos hipócritas, se você era festeiro ou festeira na adolescência, tenho certeza de que você passou por isso também: as roupas, a maquiagem e até a maneira de se portar eram tentativas de parecer ter mais idade do que realmente tinha. Às vezes dava certo, às vezes não, mas o importante era ir lá tentar. Curiosamente, num papo entre os analistas da Spiti, começamos a conversar sobre a idade das empresas na Bolsa e nos deparamos com algumas que já são centenárias, mas que pouca gente sabe... Então, resolvi apresentar para vocês hoje as histórias de algumas empresas super antigas no nosso mercado financeiro, mas que parecem ser mais novas do que suas idades reais. A primeira delas, como não poderia deixar de ser, é o Banco do Brasil. A instituição foi fundada em 1808, junto com a chegada da Família Real Portuguesa ao país. Em 212 anos de história, o banco já funcionou como uma espécie de “Banco Central”; já foi liquidado, refundado pelo Barão de Mauá, fundiu-se a diversos outros bancos, até que, em 1906, tornou-se a primeira empresa listada em Bolsa de Valores do Brasil. A segunda empresa da Bolsa que talvez seja tão antiga quanto o Banco do Brasil, por mais incrível que possa parecer, é a Hering! Isso mesmo, a marca de vestuário. Ela foi fundada em 1880 por dois irmãos imigrantes alemães que se instalaram em Blumenau (SC) e fundaram a Trikotwaren Fabrik Gebruder Hering. Com pouco mais de 140 anos de história, a empresa ainda possui membros da família fundadora como acionistas relevantes. Apesar de ser longeva, a companhia só abriu seu capital na Bolsa em 1964, quando se tornou a primeira empresa têxtil brasileira a exportar seus produtos.

Ainda na escalação das empresas centenárias, não poderia deixar de fora a Klabin, que também iniciou suas atividades por iniciativa de um imigrante da Lituânia, Maurício Freeman Klabin, que chegou ao Brasil e fundou a empresa em 1899 com foco nos segmentos de tipografia e de casa importadora de artigos de escritório, em São Paulo. Hoje é uma das maiores empresas do segmento de papel e celulose do país e a maior no segmento de embalagens. Outro nome que merece destaque é a nossa gigante do aço, a Gerdau, que foi fundada em 1901 por Johann (João) Gerdau, imigrante alemão, e seu filho Hugo. Eles começaram as bases da empresa com a Fábrica de Pregos Pontas de Paris em Porto Alegre (RS). Após assumir os negócios, o genro de Hugo Gerdau foi decisivo na expansão da empresa ao comprar a Siderúrgica Riograndense e logo depois abriu capital na Bolsa, em 1947. A Light, empresa de energia elétrica, iniciou suas atividades em 1904, com o empresário e advogado canadense Alexander Mackenzie. A empresa atuou em vários segmentos desde construção de hidrelétricas, passando pela iluminação pública, bondes elétricos, serviços de gás e até telefonia. Mas, ao contrário de suas companheiras centenárias, após o período sob administração do governo federal, a Light foi privatizada por meio de leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro apenas em 1996. E, para finalizar o nosso rol de empresas centenárias, trago aqui a história da Alpargatas, a dona da marca Havaianas. Ela também pode ser uma surpresa pra muitos, mas a companhia foi fundada em 1907 por outro imigrante, mas, dessa vez, um escocês vindo da Argentina, Robert Fraser, que fundou a Fábrica Brasileira de Alpargatas e Calçados. E, já em 1910, as ações da empresa foram lançadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Após inúmeras dificuldades ao longo dos seus 114 anos, a empresa se consagrou como uma das maiores marcas brasileiras de chinelos de borracha, criada em 1962: as Havaianas. Ainda existem outras centenárias, como a Energisa, a RaiaDrogasil (na verdade, a Droga Raia) SulAmérica e CPFL. Minha intenção aqui foi mostrar para vocês não somente que todas as empresas têm histórias, mas que algumas delas são bem mais antigas do que podíamos imaginar. Então, quando pensar em investir em uma empresa e por acaso achar que está lidando com “um rostinho jovem demais” da Bolsa, não se engane: é muito provável que ali por trás exista muito mais experiência do que se imagina! Abraços,


Aline Tavares

Analista de Ações

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