Mulher diz à Polícia que advogado tentou estuprá-la em escritório
Ela relatou que Cleverson Contó quis forçar uma relação após entrevista de emprego, em 2018

Uma mulher de 30 anos procurou a Polícia Civil, na última sexta-feira (11), para formalizar uma acusação de tentativa de estupro contra o advogado Cleverson Campos Contó. Ela integra um grupo de mais de 10 mulheres que alegam ter sido vítimas de violência por parte dele.
A tentativa de estupro foi relatada para a delegada Jozirlethe Criveletto, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá.
Conforme o termo de declaração, ao qual o MidiaNews teve acesso em primeira mão, Adrielli trabalhou com o advogado em seu escritório, durante três meses, no ano de 2012.
Ela disse que por causa de diversas discussões com o advogado - que "a humilhava” -, decidiu deixar o emprego.
Seis anos depois, em 2018, ela conta que estava em um supermercado na Capital e encontrou o advogado. Contó disse a ela que precisava de uma secretária e a convidou para uma entrevista de emprego.
A vítima começou a puxar suas calças tentando impedir que o suspeito tirasse-as, e mesmo suplicando para parar o agressor que continuou dizendo 'Deixa eu ver sua calcinha'
Em seu relato, ela disse que aceitou o convite acreditando que o advogado teria amadurecido. A mullher disse que foi fazer uma entrevista para o emprego, e que tudo ocorreu normalmente até que, ao terminar as perguntas, Contó se levantou e se posicionou ao lado dela.
"Ele ficou ao meu lado passando as mãos em meu ombro. Eu fiquei paralisada me questionando se ele estava insinuando algum ato sexual. Na dúvida, decidi me levantar e deixar a cadeira entre eu e ele”, diz trecho do termo de declaração.
“Deixa eu ver sua calcinha”
Ao notar que ela se levantou, o advogado foi até ela, colocou as mãos sobre a calça e conseguiu abrir o botão e o zíper.
“Por trás forçou tirar a calça da declarante conseguindo abrir o botão e o zíper; que a vítima começou a puxar suas calças tentando impedir que o suspeito as tirasse, e mesmo suplicando para parar o agressor continuou dizendo 'Deixa eu ver sua calcinha'”, contou.
Ela relatou ainda que nesse momento conseguiu se desvencilhar dos braços do advogado e correu para fora do escritório.
“A declarante (...) correu para a porta saindo do local; que a mesma continuou olhando para atrás temendo que o suspeito estava lhe seguindo, porém o mesmo não a perseguiu e a vítima”, afirmou.
À delegada, ela revelou que por se sentir envergonhada não relatou o caso anteriormente, mas que com a exposição de diversos casos com o advogado, decidiu procurar a Polícia Civil.
“A declarante ressalta que pelo fato de ter tido seu íntimo violado se sentiu envergonhada e decidiu vir até esta especializada registrar os fatos motivada pelas denúncias das outras vítimas do agressor”, consta em boletim.
Veja trecho do boletim de ocorrência:

Acusações
Um grupo de mulheres se reuniu nesta semana, em Cuiabá, para denunciar uma série de agressões que teriam sido cometidas pelo advogado.
Elas relataram abusos físicos, psicológicos, sexuais e patrimoniais. Uma das denúncias - uma representação criminal - foi feita na Vara Especializada da Violência Doméstica do Ministério Público Estadual (MPE).
Os relatos apontam que rotineiramente, em relações distintas, o advogado teria o hábito de agredir suas companheiras. Socos, pontapés, empurrões, puxões de cabelos, relações sexuais forçadas, xingamentos e tapas eram constantes na vida das mulheres que se relacionaram com ele, conforme a representação.
Uma delas, a médica Laryssa Moraes, contou que a violência começou a ser praticada de maneira sutil, depois que ele tentou acessar conversas pessoais em seu celular. A justificativa era de que, em um relacionamento, não deve haver nenhum segredo.
Ela contou, em seu perfil no Instagram, que Cleverson chegou a tentar estuprá-la com um pen-drive.
Já a empresária Mariana de Mello Vidotto relatou que o início do relacionamento foi uma espécie de conto de fadas.
Segundo a representação, “infelizmente tudo aquilo não passou de uma ilusão para o agressor levar a vítima para o seu covil de agressões diárias verbais, físicas e sexuais”.
A empresária chegou a relatar que as agressões eram sempre sucedidas de pedidos de perdão, promessas de melhora, de tratamento psicológico, igreja, presentes e demonstrações de amor, flores, etc.
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