Exército solicita levantamento sobre capacidade de cemitérios
Documento foi entregue aos prefeitos do Rio "em caráter urgentíssimo", e diz que a Defesa planeja sua atuação em cenários hipotéticos
O Exército Brasileiro enviou um ofício para as prefeituras do estado do Rio de Janeiro solicitando um levantamento sobre a capacidade de sepultamentos em cada município. No documento, enviado no início do mês, foram questionados a quantidade de sepulturas disponíveis, o número de cemitérios em cada região e quantos velórios e enterros são possíveis realizar diariamente.
Mediante a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 2 mil pessoas no Brasil desde seu início, o objetivo do Comando Militar do Leste, segundo o documento, é assegurar que, diante de um número elevado de óbitos, cada regional seja capaz de realizar as cerimônias fúnebres de forma segura.
“Em atenção ao documento contido na referência, solicito aos senhores chefes de Postos de Recrutamento e Mobilização, com apoio das Juntas de Serviço Militar, que seja realizado um levantamento de dados estatísticos referentes a quantidades de cemitérios, disponibilidade de sepulturas e capacidade de sepultamentos diários, em suas respectivas áreas de responsabilidade”, diz o documento.
Pelas redes sociais, o prefeito da cidade de Três Rios, Josimar Salles, detalhou o conteúdo do ofício, que frisava “a ótica da missão constitucional do Exército Brasileiro e da proteção da Família Militar” no combante à Covid-19.
“Diante de um documento como esse, vindo de uma instituição das mais respeitadas do Brasil, o Exército Brasileiro, pedindo informações sobre o número de cemitérios, o número de sepulturas, a nossa capacidade para poder sepultar pessoas, eu não posso, de forma alguma, afrouxar as nossas medidas. Porque se o Exército está perguntando isso, é porque estão fazendo um levantamento estatístico justamente diante a uma possibilidade de um caos na nossa saúde pública. Não apenas no Brasil, mas nós estamos acompanhando no mundo”, disse Salles.
Josimar disse que recebeu o documento nessa quinta-feira (16/04), das mãos de uma autoridade militar da cidade a qual é gestor.
No município do Rio, capital, quem recebeu o documento foi a Coordenadoria de Cemitérios da secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma). Em nota, o órgão afirma que já respondeu aos questionamentos do Ministério da Defesa de forma positiva: “a capacidade está totalmente adequada para o momento atual”, citava o documento.
Fonte: Metrópoles
