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Com foco na saúde, médico haitiano abre restaurante popular

Richard Ileus diz que tomou decisão ao ver muitas pessoas doentes devido a má alimentação


O “Sabor Caribenho” inaugurou em setembro deste ano e, desde então, tem trazido um bom retorno, segundo ele. A ideia agora é expandir e abrir uma franquia com mais outros três restaurantes somente em Cuiabá.

Em entrevista ao MidiaNews, o haitiano conta que veio ao Brasil pela primeira vez em 2014, para assistir aos jogos da Copa do Mundo, e decidiu retornar em 2016 para morar e trabalhar.

Ele diz que apenas nasceu no Haiti e logo a família foi morar nos Estados Unidos, onde vivem até hoje. Na adolescência, ele fez cursos de informática, mas decidiu que queria mesmo era trabalhar com Medicina.

Richard então mudou-se para a República Dominicana, onde conseguiu se formar. “Eu sempre quis ser médico. Sou uma pessoa que sempre foi estudiosa e sempre quis ajudar as pessoas. Minha mãe dizia que eu tinha dom de ajudar as pessoas”, disse.

Arquivo Pessoal


Restaurante fica localizado na região central de Cuiabá

Ele se especializou como clínico geral e, quando chegou ao Brasil, morou em São Paulo, onde conheceu uma advogada que o indicou para uma vaga de emprego em Mato Grosso.

“Eu fiz meu primeiro plantão no Pronto Socorro de Várzea Grande e, depois, comecei a trabalhar nos postinhos de Saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de Programa de Saúde de Família (PSFs), além também de já ter trabalhado no interior”, relata.

E foi fazendo plantões na rede pública de saúde que ele percebeu como as pessoas no Estado estariam se alimentam mal, principalmente os jovens e adolescentes.

Ele disse ter ficado "horrorizado" ao atender adolescentes com pedra na vesícula, problemas renais e insuficiência cardíaca.

“Eu vi as doenças básicas, como pressão alta e diabetes, em pessoas novas. Sou muito observador, e onde eu formei não é igual aqui. Lá, eles praticam a medicina preventiva. Por exemplo, se uma pessoa que tem pressão alta, você ajudaria a não deixar ele sofrer uma insuficiência cardíaca ou um AVC", disse.

“Outra coisa que percebi é que os jovens se alimentam muito mal. Já consultei meninas de 16 anos com pedra na vesícula. Já vi jovens de 22 anos com cistos no ovário. É triste isso. Já vi homem de 25 anos com insuficiência renal”, afirma.

Além disso, Richard também diz ter percebido que, no Brasil, os médicos têm o costume de atuar para resolver um problema imediato, o que segundo ele não deveria acontecer.

“Para tudo passam remédio. Diabetes, por exemplo, é uma doença endocrinológica e tem tratamento nutricional. Então, o tratamento da diabetes é a nutrição, não tem outro jeito. Vou citar Cuba como exemplo. Lá eles não tem recursos como no Brasil e também, se você encontrar um hospital, você só acha outro a mais de cinco ou seis quilômetros de distância. Mas lá eles têm mais porcentagens de saúde. Sabe por quê? Porque eles fazem prevenção", afirma.

"Não adianta passar um anti-hipertensivo para um paciente hipertenso e ele chegar em casa e comer sal. Lá os médicos fazem visita em casa, olham como está  a geladeira do paciente. A mesma coisa com pacientes diabéticos. Não adianta você  tomar insulina e continuar comendo açúcar e muito carboidrato. Então, em Cuba,  além de tratar a doença, eles [os médicos] ajudam as pessoas”, conta.

O haitiano afirma que sempre fala em suas consultas sobre a alimentação saudável e a importância da prevenção, enfatizando com um ditado popular: “Você é o que você come”.

Temperos naturais

Arquivo Pessoal


Richard ensinou os funcionários a preparar os temperos naturais

Ele afirma que o diferencial do seu restaurante está nos temperos, que são todos naturais e ensinados aos seus funcionários por ele mesmo, com experiência adquirida nos países por onde morou.

“Graças a Deus pude viajar e conhecer muitos lugares. Já morei em oito países. Conheço muitas culturas e ouvi que o Brasil é um dos pais que tem a melhor agronomia. Aqui tem alimentos que outros países não têm, como por exemplo, o pequi, cupuaçu e a tâmara. São coisas que não vemos em outros países”, afirma.

“Eu quis tentar mostrar como é ter uma boa alimentação, saudável, porque antes, lá em 1940, não tínhamos isso, não havia tanto infarto, e isso ocorre por causa da má alimentação. Foi só depois da revolução industrial [que isso começou], porque passamos a comer mais conservantes, produtos industrializados e químicos”, defende.

O médico relata ter passado sete meses pensando no melhor cardápio e em como selecionar seus funcionários para montar uma boa equipe, que hoje é dividida igualmente entre haitianos e brasileiros.

“A vida é uma escolha. Então, comecei aos poucos fazendo o que podia e pensei em fazer um tempero natural. Montei a equipe e ensinei a eles como fazer o tempero só com produtos naturais, antioxidantes e anticancerígenos”, explica.

Entre os temperos usados na casa estão açafrão, cheiro verde, cebolinha, alhos e, no preparo, segundo Richard, é usada apenas gordura animal.

O local também não vende refrigerantes ou sucos industrializados, apenas sucos naturais, água de coco ou água mineral.

Por ser um restaurante popular, o cardápio não é muito diferente do que as pessoas já estão acostumadas a comer no dia a dia. O preço médio é de R$ 10 por prato.

No entanto, como o próprio nome do restaurante sugere, há comidas típicas caribenhas, além de pratos do Haiti, México, Colômbia, Republica Dominicana, Jamaica, Arruba e Curaçao.

“Tem mamolen, arroz negro, arroz verde, ensopadinho de abóbora”, acrescenta.

Além das quatros franquias que pretende montar na Capital mato-grossense, Richard também diz sonhar em abrir um restaurante em São Paulo.

“A ideia é melhorar a saúde, é ser um lugar onde as pessoas possam comer sem ter risco de ter pressão alta ou diabetes. Porque são as duas doenças mais comuns nas pessoas hoje em dia”, afirma.

O restaurante caribenho fica localizado na Estação Bispo Shopping, na Avenida Tenente Coronel Duarte, região central de Cuiabá.


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