Carteiro leva "gravata" de agente da PF insatisfeito com encomenda

O caso aconteceu na manhã de terça (22) em Cuiabá; vítima representou contra o suspeito

O carteiro W.K.C., de 49 anos, registrou um boletim de ocorrência, na última terça-feira (22), contra um policial federal identificado pelas iniciais F.H.J., em Cuiabá. A vítima alega ter sido agredida enquanto realizava entregas no Condomínio Belvedere.

Diferente de outros condomínios da cidade, o Belvedere, por meio de ação judicial, conquistou o direito de que a entrega de encomendas fosse feita de porta em porta - como em um bairro aberto.

Consta no B.O. que W. realizava o serviço de entregas naquele dia. Após entregar a encomenda na residência do policial, que foi devidamente assinada, ele seguiu para outra residência da rua.

Já na residência vizinha, o carteiro afirmou ter sido abordado pelo suspeito, que reclamava que aquela não era a encomenda que ele havia pedido.

Com o pacote aberto em mãos, o policial teria solicitado o formulário assinado de volta, pois queria rabiscar a assinatura.

W. então informou que isso não seria possível, pois se tratava de um documento público que não poderia ser rasurado.

Ao se virar para realizar a próxima entrega para a moradora que aguardava a sua encomenda, o servidor teria recebido uma “gravata” - golpe pelas costas na região do pescoço. Os dois teriam caído no chão. Nesse momento, o policial teria agarrado e riscado o formulário de recebimento da entrega.

A moradora, temendo que o policial estivesse armado, acionou os seguranças do condomínio.

De acordo com o advogado Alexandre Aragão, que representa o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso (Sintect-MT), todos os procedimentos foram adotados.

Após o registro do boletim de ocorrência, a vítima realizou o exame de corpo de delito, para comprovar a agressão. Posteriormente, o servidor representou contra o suspeito, que passou a responder criminalmente pelo crime.

O advogado solicitou, por meio de protocolo junto ao condomínio, as imagens da câmera de segurança do dia em questão, entre as 9h e as 12h. O Sintect informou que entrará com uma ação judicial para suspender as entregas realizadas porta a porta no condomínio, ou ao menos na residência do acusado.

Além das medidas já adotadas, também deverá ser registrada uma denúncia na Corregedoria da Polícia Federal, para apurar a conduta do policial.

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