Sobe para 51 o número de pessoas mortas por afogamento em RO em 2019
Acidentes cresceram quase 30% em comparação entre janeiro e outubro do ano passado. Maior incidência é na região do Vale do Jamari.
Subiu para 51 o número de pessoas que morreram afogadas em Rondônia entre janeiro e outubro deste ano. A quantidade é quase 30% mais alta se comparada com o mesmo período do ano passado – quando houve 40 afogamentos.
Os dados foram repassados na tarde desta segunda-feira (21) pelo comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, capitão Clivton Reis, do Corpo de Bombeiros. Até julho deste ano, 40 incidentes tinham sido contabilizados.
Conforme a corporação, dos 51 registros em 2019, 10 aconteceram na região do Vale do Jamari. Já no ano passado, a região do Rio Machado, nas proximidades do município de Ji-Paraná (RO), foi apontada como a de maior risco. Houve oito mortes.
Por telefone, Clivton informou que o caso do menino encontrado morto dentro de um lago de loteamento em Porto Velho não pode ser considerado morte por afogamento, no momento, já que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda não saiu com o resultado. "Tem que aguardar o laudo. Caso a morte dessa criança seja comprovada por afogamento, sobe para 52 o número de casos este ano", explicou.
Corpo de menino achado em lago continua sem identificação no IML de Porto Velho
Local onde menino morreu em Porto Velho. — Foto: Diêgo Holanda/G1
Clivton revelou que o período de estiagem é a época com maior incidência de acidentes e que, por isso, os Bombeiros fazem campanhas de prevenção. "Há formação de praias, de banco de areias. Então fazemos campanha sobre os riscos justamente porque é o período do ano com maior registro de afogamentos", reforçou o capitão.
Somente em janeiro a novembro do ano passado, o Corpo de Bombeiros contabilizou 63 mortes por afogamento. O número de ocorrências ultrapassou o balanço de todo 2017, que fechou o período com 55 registros.
Em um levantamento feito pelo G1, as estatísticas da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania do Estado de Rondônia (Sesdec) mostraram que mais de 600 pessoas se afogaram entre janeiro de 2007 e outubro de 2018. O ano de 2011 foi o período com maior incidência: cerca de 80 acidentes dessa natureza foram registrados.
Ainda segundo o que apontou a Sesdec, quase 90% das pessoas que se afogaram e morreram são do sexo masculino. O restante, pouco mais de 12%, são do feminino.
Relembre casos
No fim do mês passado, um bebê de 10 meses caiu dentro de uma piscina e morreu afogado em uma casa de Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho.
Segundo informações obtidas pelo G1, os pais teriam deixado a criança dormindo em um colchão, no cômodo da casa, e foram à parte externa fazer serviços domésticos. Nesse período o bebê acordou e engatinhou até a piscina, momento que acabou caindo na água e se afogando.
Minutos depois os pais procuraram pela criança e a encontraram desacordada, dentro da piscina. Desesperados, os pais retiraram o menino da água e levaram até o Hospital Regional, onde se constatou o óbito.
Seis dias antes, um menino de três anos foi encontrado no fundo de uma piscina em uma residência do Setor 2 de Monte Negro (RO).
O padrasto da criança retirou o menino da água e levou ao Hospital Municipal, sendo depois encaminhado ao Hospital da Criança em Ariquemes (RO), mas a vítima não resistiu e faleceu ainda dentro da ambulância.
Veja dicas para evitar afogamentos:
Não ingerir bebida alcoólica. Sob efeito do álcool, as pessoas estão mais suscetíveis a acidentes, já que estão com a coordenação motora alterada.
Não fazer travessia em rios. O desafio é comum em pessoas que acreditam que conhecem o rio, o que é um erro.
Afaste-se da água em caso de temporal ou raio, para evitar descarga elétrica.
Evitar comer demais e entrar na água, pois pode ocorrer congestão.
Cuidado especial com choque térmico, ou seja, não entrar de maneira abrupta na água após longa exposição ao sol. Há risco de choque térmico e desmaio.
Não saltar, principalmente em casos onde não se conhece o local.
Crianças perdem-se com facilidade. Mantenha-as sob o seu campo visual. Não permita que entrem desacompanhadas e/ou sem supervisão de um adulto na água.
Se você se sentir em perigo, não entre em pânico: tente boiar e peça ajuda.
Verifique a possibilidade de forte chuva, procure manter-se em locais elevados, minimizando o risco de ser levado por enxurradas.
Por Mayara Subtil, G1 RO