Guedes sinaliza busca de soluções para reforma tributária
Ministro da Economia aponta para um alinhamento entre os textos do governo e do Congresso, mas não abre mão de encontrar mecanismos para desonerar a folha de pagamentos das empresas. Advogada Vanessa Canado é a mais cotada para comandar Receita Federal

A demissão do economista Marcos Cintra, ex-secretário especial da Receita Federal, foi o prelúdio do alinhamento entre as reformas tributárias do governo e do Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, relutou em se convencer de que a composição, desde agora, com os textos em tramitação no Parlamento é o melhor caminho. Mas, nos últimos dias, ele iniciou conversas com o economista Bernard Appy, autor intelectual da proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2019, da Câmara. O cerne dos diálogos envolve ajustes ao texto para possibilitar a desoneração da folha de pagamento, uma forma de substituição da contribuição previdenciária recolhida pelas empresas, atualmente em 20%. A interlocutores e pessoas próximas, Guedes sinaliza que poderia até abrir mão da proposta de unificação de impostos federais defendidos pelo governo, como a criação de uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que promoveria a fusão do PIS e Cofins. O que o ministro não aceita é deixar de discutir mecanismos capazes de garantir R$ 150 bilhões de arrecadação para promover a desoneração da folha de pagamento e estimular a geração de empregos e renda. O Imposto sobre Movimentações Financeiras (IMF), tributo similar à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), previa isso e tinha o aval de Guedes, mas foi sepultado pelo presidente Jair Bolsonaro.
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