Industrialização é o caminho mais seguro para Rondônia
Um assunto que precisa ser mais bem formatado pelos marqueteiros dos candidatos a governador em Rondônia é tema do encontro desta semana, entre o governador Daniel Pereira (PSB) e o senador Valdir Raupp (MDB-RO). Trata-se do processo de industrialização do Estado que, ainda, está em fase embrionária.
Rondônia tem no agronegócio a sua força econômica. Além de produzir em quantidade e com qualidade café, soja e milho e a área plantada aumentando a cada ano, também tem uma pecuária uma forte com rebanho estimado de 14 milhões de cabeça.
A produção de leite, que predomina na região central, polarizada por Ouro Preto, também responde por significativa parcela da economia do Estado. É o mesmo caso do peixe, que teve incentivos desde o segundo mandato do governo Ivo Cassol. Rondônia é um dos maiores produtores de peixe do país.
A terra, o clima e povo de Rondônia são adeptos do agronegócio, que cresce de forma significativa. Ótimo.
O problema é a falta de investimentos na industrialização da produção agrícola, pecuária e leiteira do Estado. Será que os candidatos à sucessão de Daniel Pereira têm no Plano de Governo, que já deve estar preparado há meses projeto para industrializar a produção do Estado?
Rondônia é um Estado muito jovem, com menos de 40 anos de emancipação político-administrativa. Não pode continuar sendo, apenas, centro de produção agrícola, pecuária, leite, peixe, além da madeira, que até hoje é exportada para outros estados retornando industrializada, manufaturada em forma de móveis, por exemplo. Vendemos a matéria prima, quando ela deveria ser industrializada, ao menos em parte.
Por que não industrializar a madeira, parte da soja, do milho, do café, do peixe e garantir empregos, desde o mais simples ao mais qualificado? Até quando Rondônia continuará sendo centro produtor de grãos, gado, peixe e leite para servir e fortalecer outros estados?
O futuro governador tem que priorizar a industrialização, inclusive implantando o Polo Industrial de Exportação de Produtos, já aprovado no Congresso Nacional em 2009 com a criação das ZPE’s, as Zonas de Processamento de Exportação de Produtos. Condição de sobrevivência econômica e certeza de futuro promissor.
A expectativa é que teremos um ano ruim em 2019. Dados sinalizam que o Estado terá, além do orçamento estimado em pouco mais de R$ 8 bilhões, o futuro governador terá, apenas, R$ 116 milhões para aplicações. Em números reais, o valor representa muito pouco, quase nada. A perspectiva é de economia sombria para o próximo ano.
É fundamental o governador Daniel Pereira priorizar o processo de industrialização, já a partir do próximo ano. É imperioso que o Orçamento 2019 seja revisto e adequado à realidade econômico-financeira do Estado, para que o próximo governador possa não somente pagar as contas e os servidores, mas também investir para fortalecer a economia de Rondônia.
Fomentar com celeridade o processo de industrialização no Estado, priorizando o que mais se produz como soja, milho, peixe, leite, carne, Rondônia conseguirá não somente estabilizar, mas fortalecer sua economia nos próximos anos e retomar o PIB de 5% ao ano, como já tivemos em passado recente e aumentá-lo com um processo de industrialização coerente e dentro da realidade econômica e social do Estado.
Rondônia tem hoje duas das maiores geradoras de energia elétrica do país: as usinas de Jirau e Santo Antônio, ambas no rio Madeira, em Porto Velho, mas que abastece o Centro-Oeste do País. Em Rondônia mais de 25 localidades dependem de gerador de energia elétrica diesel.
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica