Polícia Federal diz que Gleisi recebeu propina
Pagamentos, segundo os investigadores, foram feitos pela TAM e pela empresa de tecnologia Consist

A Polícia Federal concluiu no inquérito em que investiga a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que foram encontradas evidências de que a presidente nacional do PT recebeu R$ 885 mil de um esquema de corrupção alvo da Lava Jato. No relatório final do caso, enviado ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, o delegado Ricardo Hiroshi Ishida apresenta cinco repasses de valores que teriam sido recebidos pela senadora e que podem ser enquadrados nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Quatro repasses citados, segundo a PF, estão relacionados a empresa Consist, investigada na operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato em São Paulo. O quinto, no valor de R$ 300 mil, teria como origem a empresa TAM Linhas Aéreas, mas os documentos sobre o pagamento também foram apreendidos na Custo Brasil. Todos os pagamentos, segundo a PF, foram efetuados por meio do escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que atuou para a senadora e para seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.
Na operação, deflagrada em 23 de junho de 2017, foi preso Paulo Bernardo – solto seis dias depois por ordem do ministro do STF Dias Toffoli. O alvo da investigação é a assinatura de um contrato entre o Ministério do Planejamento, o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar e a Associação Brasileira de Bancos. O objeto do contrato era a gestão de empréstimos bancários consignados para evitar que trabalhadores excedessem a cota permitida por lei. Após a assinatura do contrato, as entidades contrataram a Consist Software Ltda. O esquema criminoso envolvendo a Consist, segundo a PF, teria desviado cerca de R$ 100 milhões de contrato assinado quando Paulo Bernardo, marido da presidente do PT, era ministro do Planejamento.
Por Agência Brasil