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Sistema lê mente de pacientes com paralisia total, e eles se dizem felizes


Tecnologia suíça interpreta respostas a partir do fluxo sanguíneo no cérebro e pode revolucionar os cuidados de pacientes com a síndrome do encarceramento

 

Uma interface desenvolvida por pesquisadores na Suíça se mostrou capaz de decifrar pensamentos de pessoas que não conseguem se comunicar com palavras ou gestos, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (31/1), na revista especializada PLOS Biology. A nova tecnologia promete revolucionar o cuidado oferecido a pacientes com a síndrome do encarceramento completa.

Nesse quadro, também chamado de síndrome de locked-in completa, o indivíduo está lúcido, mas não tem nenhum movimento corporal, nem mesmo dos olhos. Diferentes problemas podem levar a essa situação, como um acidente vascular cerebral (AVC) muito grave e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa sem cura que causa a destruição progressiva dos nervos responsáveis pelos movimentos.

Os pacientes que participaram da pesquisa foram capazes de responder a questões verbais apenas com o pensamento. Nos testes, os cientistas fizeram perguntas cujas respostas já eram conhecidas, como “o nome do seu marido é Joachim?”. Assim, foi possível medir a eficiência do sistema, que se mostrou preciso em 70% das vezes. O instrumento capta as respostas ao medir variações de oxigênio no cérebro dos pacientes. "Pensar 'sim' ou 'não' produz fluxos diferentes de sangue na parte frontal do cérebro", explica ao Correio Johanna Bowler, pesquisadora do Wyss Center e uma das autoras da pesquisa. Para captar esses fluxos, os cientistas colocam nos pacientes uma touca com pequenos sensores de luz acoplados. Essas peças emitem feixes de luz com frequência próxima à infravermelha, que atinge o sangue e é refletida de volta para a touca. Pela quantidade de oxigênio presente no sangue, o sistema aponta se a resposta é sim ou não.

Maioria se diz feliz

Um resultado que chamou a atenção dos autores é que, ao contrário do que muitos pensariam, os participantes, apesar da condição em que se encontram, se disseram mais felizes do que tristes. Depois de verificar o grau de confiabilidade da interface, os cientistas fizeram diversas vezes a pergunta "Você está feliz?" aos participantes. "O que observamos foi que, enquanto recebem cuidado satisfatório em casa, eles acreditam que têm uma qualidade de vida aceitável", pondera Niels Birbaumer, líder da pesquisa. O pesquisador acrescenta que, se for possível tornar essa tecnologia amplamente disponível, a qualidade dos cuidados prestados será significativamente melhorada, tendo um grande impacto no cotidiano dessas pessoas, especialmente para os pacientes com síndrome do encarceramento completa, aquela em que até mesmo o movimento ocular é perdido. Nos pacientes com a forma mais branda, um sistema de comunicação é viável por meio do piscar de olhos. * Estagiária sob supervisão do editor Humberto Rezende.


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