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Até 2025, um em cada três postos de trabalho serão substituídos por robôs


Uso cada vez mais frequente de máquinas inteligentes no sistema produtivo extingue profissões e obriga as pessoas a se atualizarem para se manter no mercado

 

Máquinas superinteligentes, robôs e softwares que podem desenvolver atividades até agora exercidas por humanos já fazem parte da realidade. Pesquisa da consultoria Ernst & Young aponta que, até 2025, um em cada três postos de trabalho operacionais serão substituídos por tecnologia inteligente. Muitos não acreditam que as máquinas vão roubar todos os empregos, mas é certo que profissões terão de ser aprimoradas ou reinventadas. O humano sobreviverá no mundo do trabalho, mas aliado à tecnologia.

Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. No ano passado, um computador se tornou o maior vencedor de um dos jogos de tabuleiro mais antigos, o chinês Go. Nos Estados Unidos, advogados jovens já não conseguem empregos com tanta facilidade. Com o programa Watson, da IBM, as pessoas têm aconselhamento legal em questões básicas dentro de segundos, com 90% de exatidão, em comparação com os 70% conseguidos por humanos. O software também ajuda enfermeiras a diagnosticar câncer de maneira quatro vezes mais acurada. As transformações no mercado de trabalho sempre acompanharam as ferramentas desenvolvidas pelo homem. Desde a invenção da roda, as inovações aumentam a capacidade humana de produzir. Nesse processo, algumas atividades perdem sua função e outras surgem. “Quem já ouviu falar do entregador de leite, do arrumador de pinos de boliche, do caçador de ratos ou do acendedor de lampiões? Sociedades e governos maduros encaram o mundo digital de frente e usam a tecnologia para aumentar a produtividade e, em consequência, gerar novos e melhores empregos”, aponta Fábio Rua, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da IBM América Latina. Rua acredita que o mundo não será dominado por robôs, mas “por aqueles que souberem explorá-los para transformar suas vidas em algo mais leve, interessante e feliz”. A diretora de Transição de Carreira e Gestão da Mudança da Consultoria LHH, Irene Azevedo, acrescenta que é um caminho sem volta. Para ela, o futuro guarda muito espaço para o uso das tecnologias cognitivas, que já desenvolvem trabalhos até agora restritos ao homem. “Vamos ter uma migração de mão de obra, como tivemos na Revolução Industrial, no século 19. O mercado de trabalho é baseado em readaptação”, argumenta.

Tendências

Em muitas atividades do dia a dia, já há diferença. O check-in de voo é feito por meio de celulares ou por máquinas de autoatendimento e problemas bancários são solucionados sem nenhuma interferência humana. “Toda mudança vem para avançar. Se o profissional encarar os desafios, se capacitar e perceber rápido do que precisará para se encaixar nas oportunidades, sobreviverá no mercado”, aponta Irene. Para especialistas, estamos diante de uma quarta revolução industrial — as três primeiras foram caracterizadas, respectivamente, pela invenção da máquina a vapor, pela criação da linha de montagem nas fábricas, e pelo início do uso de computadores na produção. Nos próximos anos, todas as profissões que desempenham uma atividade intermediária entre produto e serviço passarão por mudanças drásticas. Luís Pontes, sócio de Consultoria para Governos da Ernst & Young, observa que, na época da primeira Revolução Industrial, 90% da população mundial trabalhava no campo. Hoje, são apenas 2%. Além disso, o especialista acredita que estamos caminhando para um mercado voltado para profissionais freelancer. “Em muitas funções, não há necessidade de a pessoa passar a vida toda em uma empresa, ela pode oferecer o mesmo trabalho para várias”, afirma.

Perfil híbrido

O aumento do uso de robôs também é visto como uma forte tendência para o futuro. “Todos os trabalhos repetitivos serão viabilizados por inteligência artificial. É normal que profissões desapareçam para novas surgirem. É uma transformação baseada em necessidade e demanda”, aponta Antônio Gil Franco, sócio de Consultoria para Gestão de Pessoas da Ernst & Young. Para ele, todas as profissões estão sujeitas a passar por modificações, mas isso não significa, necessariamente, que serão extintas. “Talvez a gente não as reconheça mais ou não as chame pelo mesmo nome, o que mudará será a forma de atuação”, pondera. Atualmente, menos de 50% das corporações possuem talentos preparados para assumir posições críticas, de acordo com estudo da Ernst & Young. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, não há trabalhadores qualificados o suficiente para atender à demanda empresarial. Até 2025, o mercado de trabalho será mais flexível, com cargos sob demanda e escritórios como pontos focais e não o destino diário. A colaboração homem-máquina também ficará mais evidente. As funções também serão diferentes, com transformações nas atividades operacionais, como as de operador de telemarketing, caixa e árbitros, e haverá maior demanda por carreiras que lidam diretamente com tecnologias de ponta, como designer especializado em impressão 3D e designer de realidade virtual, aponta Felipe Almeida, cofundador da Zup, empresa brasileira que apoia a transformação digital de grandes organizações. “As empresas desejam pessoas com perfil híbrido, que tenham facilidade de migração, conhecimentos razoáveis para trazer soluções e sempre estejam abertas a mudanças”, frisa. O sócio-diretor da DSG Brasil Consultores, Celso Georgief, afirma que será necessário deixar a zona de conforto para ter uma carreira bem-sucedida. “Os profissionais terão de buscar conhecimento em novas tecnologias, especializações e atualizações”, analisa. O especialista ressalta ainda que profissões ligadas a cuidados humanos estarão em alta, pois as pessoas estão vivendo mais. “Psicólogos, médicos, enfermeiros e cuidadores de idosos estarão em destaque. É uma área difícil de robotizar e terá demanda da população”, explica. * Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo

Inteligência artificial

O Watson ficou famoso em fevereiro de 2011 depois de vencer um famoso programa de perguntas e respostas, o Jeopardy, na TV americana. Criado pela IBM, o robô funciona com um software de análise de dados com inteligência artificial, e pode-se dizer que ele pensa como um ser humano e consegue interpretar textos, áudios, imagens e vídeos. Depois de vencer o Jeopardy, o mundo se abriu para o Watson, batizado em homenagem ao fundador da IBM. Ao longo dos últimos seis anos, o robô fez de tudo: foi utilizada em pesquisas médicas, para frear ciberataques, criou uma cerveja com sabor sentimental, analisou os personagens de Game of Thrones.

A IBM diz que Watson é capaz de analisar 200 milhões de páginas de dados e responder a qualquer questão com precisão em menos de três segundos. O robô usa um sistema chamado DeepQA para gerenciar as informações e pesquisar entre os bancos de dados de informações. Além disso, é capaz de compreender a linguagem humana para aprimorar a qualidade dos resultados. Em todo este tempo, o Watson não era mais do que um software. No ano passado, no entanto, ele ganhou um corpo. A inteligência artificial ganhou formas humanas no robô Nao, da empresa francesa Aldebaran Robotics, que mede 58cm e pesa pouco mais de 4kg. A fusão entre Watson e Nao deu lugar a um robô que não só respondia com a fala, mas também gesticulava acompanhando suas próprias palavras.

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