Acusados de torturar e matar menina Lauanny Hester pegam mais de 150 anos de prisão em RO

William Monteiro da Silva e Ingrid Bernadino, o pai e a madrasta, estão presos desde setembro de 2019, quando aconteceu o crime. A avó da criança também foi condenada.

O julgamento dos acusados de torturar e matar a menina Lauanny Hester terminou com o pai, madrasta e avó condenados a mais de 150 anos de prisão. A sentença do Tribunal do Júri foi proferida na noite de quarta-feira (1°) no Fórum de Ariquemes (RO), Vale do Jamari.
 
O júri do caso começou na última terça-feira (30) e, durante dois dias, várias testemunhas falaram aos jurados, composto por cinco mulheres e dois homens.
 
O delegado Rodrigo Camargo foi o primeiro a falar no Tribunal do Júri, como testemunha de acusação. Através de vídeoconferência, Camargo relembrou sobre a investigação do caso e ressaltou ter sido um dos primeiros a chegar no local do assassinato de Lauanny.
 
Para o Tribunal do Júri, não restou dúvida quanto a culpabilidade dos acusados na tortura e homicídio da criança.

  • William Monteiro da Silva e Ingrid Bernadino, pai e madrasta de Lauanny, foram condenados (cada um) a 57 anos e 10 meses de reclusão.

  • Suely dos Santos Monteiro, a avó, foi condenada a 39 anos de prisão.
     
    À Rede Amazônica, o advogado Hamilton Trondoli informou que deve recorrer da condenação de seus dois clientes, William e Ingrid. A defesa de Suely informo que também vai recorrer da decisão.
     
    William Monteiro da Silva e Ingrid estão presos desde setembro de 2019, quando a criança foi encontrada morta na varanda de casa.
     
    A avó paterna acabou sendo presa, durante a investigação do caso, porque ela tinha a guarda de Lauanny e estava proibida de entregar a menina ao pai.
     
    Entenda o caso
     
    Em setembro de 2019, uma menina de dois anos, identificada como Lauanny Hester Rodrigues, morreu depois de ser espancada em uma casa de Ariquemes. Segundo a Polícia Militar (PM), vizinhos acionaram uma ambulância depois de ouvirem a criança sendo agredida. Porém, quando a equipe médica chegou, a menina não tinha mais sinais vitais.
     
    O corpo de Lauanny foi encontrado na saída da cozinha para a varanda. O pai e a madrasta da criança foram localizados e presos minutos depois, perto de uma prainha do Rio Jamari. Eles carregavam um bebê de 5 meses, filho do casal.
     
    Após o início das investigações, durante interrogatório, o pai e a madrasta disseram que de fato tinham batido na menina duas vezes. O casal teria agredido a criança por ela ter subido em uma mesa, rasgado um saco de farinha, quebrado coisas e feito sujeira. Diante disso, para "corrigir a criança", bateram nela.
     
    A menina morreu com muitas fraturas no corpo. Na época, o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atendeu a ocorrência, disse que ela estava politraumatizada [com traumatismos múltiplos]. Com fraturas no crânio, tórax, quadril e abdômen.
     
    O casal responde também por outros fatos que envolvem tortura e agressão à criança.
     

     
    Criança morre após ser espancada em Ariquemes — Foto: Rinaldo Moreira/Rede Amazônica
     
    Adiante, a Justiça também decretou a prisão preventiva de avó de menina, Suely dos Santos Monteiro, já que ela tinha a guarda de Lauanny e estava proibida de entregar a criança ao pai. Para a polícia, a avó paterna da menina poderia ser responsabilizada pela morte da criança por abandono de incapaz.
     
    Em setembro de 2021, a 1ª Câmara Criminal do TJ, negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Ingrid Bernardino Andrade. Com isso, os três suspeitos continuam em prisão preventiva.

  • Por g1 RO

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