Para evitar atravessadores, indígenas da região aprendem a beneficiar piqui e vendem fruto em feira

Foi realizado, na semana passada, na Aldeia Kithaulu, que fica entre Vilhena e Comodoro (MT), o primeiro teste de industrialização do piqui, planta nativa da região do cerrado e alimento tradicional da etnia. O Banco Mundial financia esta e outras atividades na aldeia, como forma de ajudar na preservação do bioma (veja aqui).
 

 

 
Responsável pelo acompanhamento das iniciativas, o agrônomo Vagner Meira, que já morou em Cerejeiras, disse que uma máquina de embalagem a vácuo foi usada no processo. A idéia é manter o fruto conservado, após o processo de branqueamento. Os próprios indígenas participam de todas as etapas de industrialização.
 

 

 
Abundante na região, o piqui é colhido pelas mulheres da aldeia. A safra vai de novembro a janeiro a garante renda extra para a comunidade indígena.
 

 

 
O problema, aponta Wagner, é que o faturamento dos Nambiquara é reduzido em virtude de a venda ser feita para atravessadores. Uma saca de piqui de 30 kg, vendido in natura, rende apenas 30 reais aos índios. Se for industrializado, seguindo padrões de higiene e qualidade, o fruto pode garantir renda de 8 a dez vezes superior.
 

 

 
“O fruto do pequi é muito utilizado na alimentação do povo indígena Nambikwara do Cerrado. Nos últimos anos sua exploração te se tornando uma importante fonte de renda”, concluiu Gilmar Kithaulu, presidente de uma ONG criada pelos próprios Nambiquaras.
 

 

 
O objetivo do projeto apoiado pelo Fundo DGM Brasil é realizar, nos próximos anos a produção e o plantio de cerca de 100 mil mudas de sementes ou clonais próximas as aldeias, visando potencializar sua exploração economia sustentável.
 

 

 
Nesta semana, na feira municipal, em Vilhena, algumas indígenas Nambiquaras ofereciam sacolas do fruto que elas mesmas haviam colhido e beneficiado. A idéia é continuar aproveitando a safra para fazer a venda direta aos consumidores.
 

 
Fonte: Folha do Sul
 

 
Autor: Da redação

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