Professor Sérgio Nunes (IFRO) faz sucesso ao ministrar oficina sobre Cordel na York University, Toro

Desde janeiro de 2019 em Toronto, Canadá como professor visitante na York University, o pesquisador do IFRO, Sérgio Nunes de Jesus (mais conhecido entre seus pares como Canibal), vem desenvolvendo inumeras atividades acadêmicas naquele país e dividindo um pouco as experiências lusófonas com os canadianos nesse período.

No último dia 26 de fevereiro 2019 realizou duas oficinas: uma no Founders College 202 e outra no Mc Laughlin 2013 com o apoio do Department of Languages, Literatures and Linguistics (DLLL) da Faculty of Liberal Arts & Professional Studies.

O objetivo foi trabalhar um pouco a perspectiva sobre o Cordel no Brasil, as Origens, Influências, Características, Didática Cordelista, a Visão Medieval como suporte para a evolução do Cordel e as ligações com o Repente Popular – principalmente de Rua.

Entre o público seleto estava presente a pesquisadora do Camões Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, a professora PhD., Inês Cardoso que tambémfaz parte do DLLL, YU que falou sobre suas impressõoes do Workshop ministrado na York University. - "Apreciei muito a oportunidade de termos o Professor Sérgio a falar-nos sobre Literatura de Cordel. Foi um momento de aprendizagem e de trocas significativas para todos nós. O Professor Sérgio ministrou duas oficinas, uma com a turma de Português Intermédio e outra, com a de Português Avançado. Pudemos ler, ouvir, ver... sentir a linguagem dos cordéis, perceber a sua potência na simplicidade, o humor, a sátira, a língua na sua diversidade, que é o povo que a fala que faz. Observámos e tocámos em cordéis originais, noutros feitos por alunos brasileiros... inclusivamente, vimos desde quadros de J. Borges a caricaturas dos principais representantes do cordel brasileiro, feitas também por estudantes brasileiros. Foi uma oportunidade privilegiada de exposição não só ao Português do Brasil como também às tradições, lendas e manifestações culturais a que se associam os cordéis. Salientaria, ainda, como é belo identificarmos que portugueses e brasileiros estão ligados quer nas origens do cordel quer, atualmente, trilhando caminhos ligeiramente diferentes, mas continuando a encontrar-se no modo de relatar, refletir e fazer humor sobre a vida - a propósito, alguns recordaram as ainda viçosas "cantigas ao desafio", em Portugal. Estamos muito gratos por estas interações!", finalizou a pesquisadora (a grafia da entrevista da professora Inês Cardoso está no Português de Portugal).

Para o professor Sérgio Canibal – "trabalhar com a linguagem do Cordel com estudantes estrangeiros é uma oportunidade de criar o que chamamos de pertencimento informal – esse que éindependente da classe social, pois quando estão em jogo crenca, folclore, religiosidade e cultura –a linguagem tem sentido na vida do falante" – sintetizou o pesquisador.

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