Policiais cumprem ordem de busca na presidência da AL; Pedro Henry também é investigado

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) desencadeou na manhã desta segunda-feira (19) a Operação Bereré, que cumpre mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Brasília e Sorriso.
 

 
São alvos da operação o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), o deputado estadual Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, servidores públicos, empresas e particulares.

Os mandados estão sendo cumpridos nas residências de Botelho e Savi e também na presidência do Legislativo.
 

 
A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia".

Ele revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.

As empresas FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda. (que agora usa o nome de EIG Mercados Ltda.), e a Santos Treinamento Ltda. teriam sido usadas para lavar dinheiro no esquema.

A EIG Mercados venceu uma licitação, em 2009, para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos, por um período de vinte anos.

Até julho de 2015, a empresa ficava com 90% da arrecadação anual - estimada em R$ 25 milhões - e o órgão com 10%.

Em julho de 2015, já na gestão Pedro Taques (PSDB), o Detran-MT fez um termo aditivo ao contrato, passando a receber 50% da arrecadação.

Força-tarefa

De acordo com o Ministério Público, as investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Defaz).

As medidas cautelares foram requeridas pelo Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF pelo Gaeco e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do Bope.

A operação tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa, que atuava junto ao Detran urdida para desvios de recursos públicos.
 

 
Estão envolvidos no cumprimento da ordem judicial uma força tarefa com aproximadamente 200 integrantes, dentre Policiais Civis, Policiais Militares, Delegados de Polícia e Promotores de Justiça.

A assessoria de imprensa da EIG Mercados confirmou que policiais civis estiveram na sede da empresa em Brasília, mas deverá se pronunciar oficialmente mais tarde.

CÍNTIA BORGES E CAMILA RIBEIRO

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