Completando 40 anos, G1 conta a história de Cacoal e de sua ocupação

Cacoal foi elevado a categoria de município no dia 11 de outubro de 1977 e a instalação ocorreu no dia 26 de novembro do mesmo ano.

Cacoal completa nesta segunda-feira (26) 40 anos de instalação do município, e o G1 conta através de uma série de reportagens a história, lendas, personagens e as expectativas dos moradores para os próximos anos.

Conforme estudo realizado pela professora e historiadora Lourdes Kemper, a ocupação de Cacoal se deu em dois momentos, sendo o primeiro por volta de 1920, com a chegada do paraibano Anísio Serrão de Carvalho, que veio para a região com intuito de trabalhar como “guarda fio”, ou seja, cuidar da linha do telégrafo instalado por marechal Rondon no começo do século passado.

Serrão tinha a missão de vistoriar o trecho entre Pimenta Bueno até a divisa com Presidente Médici. Porém, ao conhecer a seringueira Rosa Aurora, com quem se casou, requereu do Governo do Mato Grosso uma área de terra para a extração de látex de seringueira. O pedido foi aceito e Serrão passou a residir com a esposa na propriedade que ficava próximo a sede do município. Devido a grande incidência de Cacau encontrada nas terras, ele batizou o seringal pelo nome de Cacoal, dando origem ao atual nome da cidade.

Caçador mata sucuri e retira jacaré de dentro no início da instalação do município (Foto: Lauro da Silva/Arquivo Pessoal)

A segunda fase da colonização de Cacoal, de acordo com a historiadora, teve início com chegada de Clodoaldo Nunes de Oliveira, em 1965. Com ele, chegaram as primeiras mudas de café, dando início ao ciclo do café e mudando o rumo da economia local, que era até então, baseada no extrativismo.

Com a implantação do Projeto Integrado de Colonização PIC Ji-Paraná do Incra em 1972, milhares de famílias de todas as partes do país migraram para a região em busca do 'eldorado' propagado pelo governo do país como a nova fronteira do progresso.

Os capixabas, mineiros e paranaenses ocupam lugar de destaque nessa nova fase de colonização, pois vieram para a região guiados pelo sonho de dias melhores. Esses dias chegaram proporcionados pelo cultivo do café nas férteis terras da Amazônia, e assim transformaram Cacoal em um dos mais importantes produtores do grão no país, entre os anos de 80 e 90, consagrando a cidade com o título de “Capital do Café”.

Peixe pescado por pioneiro nos primeios anos de colonização (Foto: Lauro da Silva/Arquivo Pessoal)

Com a chegada dos novos migrantes, em sua grande maioria em caminhões “pau de arara”, alimentados pelo sonho de um futuro mais próspero para os filhos, a cidade passou por um acelerado processo de transformações.

Através da força do trabalho dos pioneiros e das novas gerações, Cacoal se transformou em um dos mais importantes municípios do estado. Hoje, o município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), conta com uma população estimada em 88.507 pessoas. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas do município foi de quase R$ 2 milhões.

As principais atividades econômicas estão ligadas à agropecuária, à indústria e comércio. Além disso, o município tem se consolidado como um importante polo no setor de serviços, principalmente de educação e saúde.

Por Rogério Aderbal, G1 Cacoal e Zona da Mata

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