Irmão de deputado pode responder por homicídio não intencional

Delegacia de Coxim (MS) abriu inquérito para investigar a colisão que resultou na morte de 4 pessoas

O secretário de Gestão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Elias Pereira dos Santos Filho, deve responder criminalmente pela morte de quatro pessoas em um acidente na BR-163, próximo a Coxim (MS).

O delegado Gustavo Mussi, da 1ª Delegacia de Polícia do município, abriu um inquérito nesta segunda-feira (27) para investigar o caso.

Ao final, segundo o delegado, Elias Santos, que é irmão do atual secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos, pode ser indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

O acidente ocorreu na noite de sábado (25), quando a caminhonete conduzida por Elias Santos - uma GMS S-10 - bateu em uma anta e acabou atingindo um Fiat Uno, com placas de São Gabriel do Oeste (MS).

No Fiat Uno estavam Jucilei Silva Almeida, Patrícia Pereira da Silva, ambos de 32 anos, Elcio Walter de Jesus, 38, e uma quarta pessoa identificada como Fabiane Martins, cuja idade não foi revelada. Os quatro morreram ainda no local.

Elias Santos, por sua vez, foi socorrido e encaminhado para Santa Casa de Campo Grande. O estado de saúde dele é considerado estável.

A reportagem tentou contato com Wilson – que está acompanhando o irmão no hospital –, mas não obteve respostas.

A investigação

Conforme o delegado Gustavo Mussi, assim que receber alta, Elias deverá se dirigir até a delegacia de Coxim para prestar esclarecimentos.

Caso não tenha condições de saúde, ele poderá ser ouvido depois, por carta precatória em Cuiabá.

O delegado já ouviu alguns familiares das vítimas nesta segunda-feira. O interrogatório deve continuar na terça com testemunhas da colisão.

“Abrimos o inquérito para apurar se houve ou não o crime de homicídio culposo. Se for identificado o delito, o Elias Santos será indiciado. Mas nenhuma hipótese é descartada. Podemos descobrir durante a investigação que foi uma fatalidade mesmo, ou até que o acidente foi provocado pelo condutor do Uno. Daí o inquérito será arquivado”, disse o delegado, em entrevista ao MidiaNews.

Segundo Mussi, uma perícia foi realizada no local do acidente para identificar as circunstâncias da colisão.

O delegado afirmou que a batida foi muito forte e suspeita que o irmão de Wilson Santos estivesse em alta velocidade. Conforme ele, a anta já estava morta quando Elias Santos a atingiu.

“Mas isso quem vai confirmar é só o resultado da perícia mesmo. O que eu posso afirmar, pois vi pessoalmente, é que o acidente foi muito forte. O Uno ficou irreconhecível, o que indica, de certa maneira, que o condutor da caminhonete não estava em baixa velocidade”, afirmou o delegado.

O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias.

THAIZA ASSUNÇÃO
 

 
DA REDAÇÃO

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